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Em primeiro lugar, precisamos deixar claro que o termo "índio" não é o correto para denominar os povos originários brasileiros e, sim, indígenas ou povos indígenas.
De forma simplificada, "índio" não considera as especificidades que existem entre os povos, como suas identidades linguísticas, culturais, regionais, ritualísticas, sociais e até mesmo de tempo de contato com a sociedade não indígena. Já o termo "indígena" significa "natural do lugar em que vive, gerado dentro da terra que lhe é própria", ou seja, por ser mais abrangente, não exclui as singularidades e representatividade de cada povo.
Nosso objetivo com esse post é de alertar que, por mais que pareça que estamos fazendo algo inofensivo e até em tom de homenagem, o ato de vestir uma fantasia com identidade indígena pode soar ofensivo e humilhante para esses povos em toda a sua diversidade. Para muitos é só uma fantasia, para os povos indígenas é a representação de sua vida em toda a sua totalidade. Então, vamos falar sobre a antiga “fantasia de ‘índio'” que já está ultrapassada e deve ser revista e questionada para que não seja mais usada em nenhuma festividade.
Cultura é sobre de identidade, pertencimento, ancestralidade e tradição. Para além de adornos, vestimentas, tecidos, sementes e penas cada peça indígena é feita também dos seus costumes, conhecimentos ancestrais e simbolismo. Não são peças que deveriam fazer parte de uma produção em massa e nem do uso imprudente.
Além de reforçar estereótipos racistas também reforça esteriótipos coloniais, pois generaliza e caricaturiza os povos indígenas em uma esfera “selvagem, folclórica e não pertencente à sociedade”. Isso desconsidera que os povos e as culturas indígenas são diversas e que só no Brasil há mais de 305 etnias.
Homenagem é reconhecer e honrar a ancestralidade indígena apoiando suas reivindicações e dando visibilidade para suas causas, lutas e existências.
A visibilidade deve ser direcionada para ações efetivas de consquistas de pautas e lutas legítimas, como a demarcação de terras, a preservação e proteção de todas as formas de vida, direitos à educação e saúde, respeito à diversidade cultural, e muito mais. É neste contexto que podemos fazer nossa parte e contribuir para alguma mudança no que for relativo às questões indígenas.
Por fim, a luta indígena tem muitas pautas, como a demarcação de terras, a preservação e proteção de todas as formas de vida, direitos à educação e saúde, respeito à diversidade cultural, e muito mais. É neste contexto que podemos fazer nossa parte e contribuir para alguma mudança no que for relativo às questões indígenas.
Não conseguiremos valorizar, proteger e divulgar aquilo que não conhecemos. Portanto, é preciso discutir sobre a valorização dos povos indígenas e fomentar a preservação de suas culturas.
Podemos trocar esse modelo já ultrapassado de fantasia por outro que faça jus ao momento de reflexão atual, não é verdade?
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